quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Sem motivação e sem inspiração.

Amigos, nada que começo aqui consigo chegar ao fim. Vou escrevendo e o assunto vai se perdendo no meio do caminho e volto a tela em branco e repito isso umas três vezes. Então, achei que o momento é mesmo de silêncio e reclusão. Não que não tenho nada a dizer, apenas não sei o que no momento seria mais importante dizer e mais que isso, acho que queria mesmo era estar falando e não escrevendo. Queria estar ouvindo tilintar de copos, gargalhadas e vozes alteradas e que a ânsia em falar misture assuntos e confunda ouvintes mas que no funto tudo se esclareça. Então, um brinde às palavras. Pensem nelas e escolham sempre as melhores de acordo com o que querem informar pois é isso o que fazem os que querem nos seduzir politica, social  e emocionalmente.
Hoje tem debate e talvez os que são induzidos a dizer o que a maioria precisa ouvir porque é mais fácil seja calado pelos que falam o que acreditamos que essa maioria precisa saber embora saibamos que isso ela não quer ouvir pois sabe que aí  precisariam se envolver, se comprometer, assumir responsabilidade e aí bate uma canseira e voltam ao estado que mais gostam que é o de eu quero é ser feliz.

Grande abraço e que seja um divertido fim de semana com dois dias de folga para as escolas que funcioanam como zona eleitoral. Só eleitoral. rs

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Ilustrando o post anterior.

O cineasta Cacá Diegues retoma a idéia do filme "Cinco Vezes Favela", documentário com cinco episódios de curta metragem, produzido pela UNE em 1961. A nova versão, “Cinco vezes favela, agora por eles mesmos” é escrita, dirigida e realizada por jovens cineastas moradores de favelas do complexo da Maré, Vidigal, Cidade de Deus, Parada de Lucas e da Lapa.
No dia 24 de abril, o projeto foi apresentado numa coletiva de imprensa, no cine Odeon BR, no Rio de Janeiro. Produzido por Luz Mágica Produções, em co-produção com Globo Filmes e Columbia do Brasil, estiveram presentes os jovens cineastas, além do supervisor do longa-metragem Cacá Diegues e a produtora do filme Renata Magalhães.
Com apoio da Central Única das Favelas - Cufa, Nós do Morro, Observatório de Favelas, AfroReggae e Cinemaneiro, o processo de produção do filme começou em janeiro de 2007, com o funcionamento de cinco oficinas de roteiro, coordenadas por Rafael Dragaud, cada uma delas instalada nas comunidades citadas. Agora, selecionados os argumentos e escritos os roteiros pelos próprios participantes das oficinas foram escolhidos, entre eles, os diretores de cada um dos cinco episódios.
Enquanto o projeto está na fase de captação de recursos, os roteiros continuam sendo trabalhados pelos argumentistas e diretores, que também estão pesquisando as melhores locações para os filmes.
História
O primeiro projeto de “Cinco vezes favela” completa 45 anos em 2007. A proposta agora é mostrar um novo olhar sobre as comunidades da periferia carioca: agora, não mais pelo prisma do observador externo, como foi feito em 1961, mas sob o ponto de vista de seus próprios jovens moradores, porta-vozes deles mesmos.
Em 1961, cinco jovens cineastas universitários de classe média realizaram um filme produzido pela União Nacional dos Estudantes (UNE) chamado “Cinco Vezes Favela”, que reuniu cinco episódios. Naquele momento, essa experiência era rara, pois ninguém voltava as câmeras para a favela. Hoje a realidade social e econômica não mudou substancialmente. No entanto, filma-se cada vez mais nas comunidades de periferia. Cursos de roteiro, oficinas de vídeo e de cinema, e a conseqüente produção de filmes e vídeos realizados na periferia pelos próprios moradores, estão sem dúvida alguma semeando a próxima grande novidade do cinema brasileiro.

Títulos, argumento e direção:
Acende a luz – argumento e direção de Luciana Bezerra. Na véspera do Natal, o morro está sem luz e os técnicos chamados não conseguem resolver o problema; até que um dos técnicos se torna refém da comunidade que não quer passar o Natal às escuras.
Arroz com Feijão – argumento de Zezé da Silva. Direção de Rodrigo Felha e Cacau Amaral. Wesley tem 12 anos de idade e sonha dar ao pai, que só come diariamente arroz com feijão, um presente de aniversário inusitado: uma refeição de frango.
Concerto para violino – argumento de Rodrigo Cardozo da Silva. Direção de Luciano Vidigal. Jota, Pedro e Márcia cresceram juntos, numa mesma comunidade. Quando crianças, eles fizeram um juramento de amizade que, agora adultos com diferentes destinos, não têm mais como cumprir.
Deixa voar – argumento e direção de Cadu Barcellos. A pipa de Flávio, de 17 anos, cai na favela de uma facção do tráfico rival à da sua comunidade. Obrigado a ir recupera-la, ele descobre que as duas comunidades não são em nada diferentes uma da outra.
Fonte de renda – argumento de Vilson Almeida de Oliveira. Direção de Manaíra Carneiro e Wavá Novais. Maicon realiza seu sonho de passar no vestibular de Direito, mas agora precisa arranjar dinheiro para pagar seus estudos, livros e cadernos. 
A situação na favela só não mudou como em muitos aspectos até piorou. Claro que em algumas houve melhoras de infraestrutura mas o interesse político se sobrepõe ao social.
O episódio Arroz com feijão talvez tenha sido o único em que houve uma preocupação com a ética e não usou a pobreza para justificar atitudes ilícitas. No Deixa voar um adulto desocupado promove uma disputa com adolescentes fornecendo a pipa e obriga o que perdeu sua pipa com xingamentos a ir buscá-la em uma comunidade rival e ao contrário do que é dito, no filme ele é "salvo" por um bandido ou dito como tal, do contrário ele teria sido morto. Depois ele vai procurar uma colega e já saem abraçados como se realmente não houvesse  perigo nenhum. Minha leitura é a máxima de quem tem "padrinho' não morre pagão. O Fonte de renda quer dizer que a única fonte de renda para quem mora em comunidade é o tráfico já que os ditos filhinhos de papai querem facilidade até para seus vícios. Mas será que somente assim?
Sei que minha realidade é e foi outra, mas acho que eles têm sim muitas oportunidades e os que querem e se empenham rompem com esses paradigmas. Filmes como esse é que colaboram para que a história se repita.

Grande abraço e uma semana nova com novidades.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Mediocridade, hipocrisia e demagogia, ingredientes que juntos resultam em?

Fiz hoje esta pergunta a mim mesma durante quase todo o dia e dei muitas respostas. O que me fez precisar fazê-la? Indignação. O que me deixou tão indignada? Perceber que as pessoas brincam de consciência política, brincam de superação, brincam com a ignorância alheia.
Participei do projeto CINEMA PARA TODOS em que são disponibilizados ingressos gratuitos para alunos de escola pública para assistirem a filmes nacionais. Antes da exibição do filme disseram que devíamos ficar após o término do mesmo pois alguns diretores estariam presentes para responderem à perguntas. Ora, sabemos que muitos alunos não estão preparados para isso e o resultado são perguntas toscas mas o surprendente é que as respostas foram vazias. Na verdade o objetivo era autopromoção, já que os ditos diretores quiseram dizer que morador de comunidade pode vir a ser cineastas, diretores de cinema isso por que ele participou de uma oficina de cinema e ajudou na produção de cinema. Então, saber ler, escrever, ter compromisso com os estudos, valorizar o saber, ter domínio da língua culta informal que seja não são fatores importante na formação de um cineasta. Será que é por isso que no filme 5 vezes favela a linguagem  reproduzida no filme é a usada pelo morador da comunidade onde o palavrão e as gírias de bandido são valorizadas de tal forma que o aluno pense que não precisa mudar.
Um dos diretores querendo explicar uma cena em que meninos de escolas particulares roubaram os dois da comunidade, disse que para emprensa, ele toma muito cuidado com o que diz, mas ali ele poderia dizer que aquilo aconteceu mesmo, ou seja, em algum momento de sua vida foi assaltado por playboys com pé de pato só que para falar disso usou um palavrão. No filme mostra que querendo estudar e não podendo custear a compra de livros, vale traficar para os filhinhos de papai, que um adulto desocupado pode promover disputa entre soltadores de pipa e obrigar um deles a ir a uma comunidade inimiga para buscar a pipa e sem se preocupar com o que pudesse acontecer. O que foi, foi "salvo" por um que se impôs aos outros desocupados soltadores de pipa alegando que ele traria outras três pipas.
Os diretores disseram que com o filme querem mostrar que nas comunidades não só existem pessoas tristes, melancólicas, que lá também tem gente feliz. Tudo bem que o conceito de felicidade é subjetivo, mas será que o fato de serem felizes não precisam querer ter uma formação acadêmica, uma profissão, moradia digna? Até quando educação no Brasil vai significar ganhar passagem grátis nos ônibus, uniforme, merenda, livros, salas climatizadas e nenhum compromisso com o conhecimento, com a mudança de postura diante da vida? Até quando vão continuar ganhando dinheiro com a ingorância e com a mediocridade? até quando eu vou me indignar com isso?
Só sei que é muito projeto empenhado em manter o povo como está.

Amigos, a casa é nova não por opção, mas por problemas no blogspot que sei lá por que tem dado problemas na hora de atualizar as postagens do blog antigo. Tomara continemos juntos nesta nova empreitada. Grande beijo e um maravilhoso fim de semana.