sábado, 4 de dezembro de 2010

2011, um novo ano de novo. O que terá ele de novo?

Dizem que depende de nós fazermos novas todas as coisas. Dizem? Ou li em algum lugar e estou misturando as coisas? Bom, seja como for, é melhor tomarmos para nós a responsabilidade de fazer novo o ano novo, fazer de novo mas de uma maneira nova e acreditar que serão novos os resultados.
É hora de fazer acontecer os sonhos de outrora, de sonhar sonhos novos que sejam mais adequados à nossa realidade atual.
É hora de recomeçar, de refazer, de requerer, reconstruir, de ser quem é ou quem quer ser.
É hora de esquecer o que passou, o que não aconteceu como se esperava.
É hora de ser feliz com as pequenas conquistas, de se alegrar com a felicidade dos outros e se invejá-los, não sofra, faça sua parte para que a felicidade vá até você.
Esta pode ser mais uma receita, mas desprezar estes ingredientes talvez não seja a melhor saída.

Grande abraço, que o Natal seja de paz e o fim de ano de muita festa e comemoração mesmo que tristezas tenham nos alcançado durante o ano.
A todos nós, um abençoado ano de 2011.

Como estou em fechamento de bimestre e só entro de férias no dia 20/12 e depois estarei criando condições para que esta receita se transforme num bolo delicioso de prazer e felicidade. Assim, só voltarei a postar em 6 de janeiro.

sábado, 20 de novembro de 2010

Quando o sonho vira realiadade e não é bom.

Se casaram.

O amor os deve ter levado a isso. Foram anos desde que se conheceram até o dia em que disseram o sim ao “eu quero unir minha vida a tua,
quero construir com você um lar, dividir meus sonhos, compartilhar meu sucesso, criar os filhos que teremos, enfim, ser e te fazer feliz.”
Antes disso, cada um tinha seus projetos e planos individuais, mas suas vidas estavam entrelaçadas pelos desejos que os jovens têm de amar e serem amados.
E é esse sentimento que justifica precisarem ter um lugar para ir ao encontro do outro para receber o abraço que não dá mais para esperar o fim de semana,
para receber o carinho que é urgente. É o mesmo sentimento que os leva a precisar de uma casa para chamar de lar.
Assim se faz, se casam.
Começa o projeto casamento.
Listas de fazeres, listas de compras, listas de pagamentos, listas de convidados, tantas outras que ocupam o tempo que precisa ser dividido entre o trabalho,
a família, os amigos e o amor.
Chega o dia.
Tudo preparado.
Sairá tudo como planejado?
Haverá imprevistos?
Tensão, é preciso relaxar. Vai acontecer e pronto.
Cerimônia, convidados, festa, música, dança, felicidade e a sensação de recomeço, não, novo começo. É preciso pensar que é tudo novo.
São novas as responsabilidades e o amor é irresponsável. Ele quer seu bem-querer somente com ele. Como entender que a vida continua a mesma,
se ele, o amor, a quer diferente, ou seja, como ela era antes do derradeiro sim.
Diga adeus aos velhos hábitos, gire seu relógio em minha direção, não queira mais nada que não faça parte de mim, o amor.
Ah, o amor. Dizem para ele não ser egoísta, não ter inveja e muito menos se ressentir, mas ele não entende isso e começa a reclamar do que antes era tão fácil aceitar, tão possível deixar para lá, começa a achar que está sendo esquecido, não entende que o lar é o porto seguro, é onde se volta para repor energias, brincar de esquecer que a vida lá fora é uma selva e só se quer o carinho e o sorriso do amor que esperava o fim de semana, que ouvia os lamentos, que compreendia pequenos deslizes.
Se se volta para o lar que começa a virar casa, começam os questionamentos, as dúvidas, os desleixos de lá e de cá e quando se vê, se não houver maturidade emocional, que já há rachaduras aqui e ali e o tempo dispara e nada vai valendo a pena e tudo que era futuro, nubla, apaga, some e o passado feliz não é suficiente para evitar o fim.
E o fim acontece ...


Grande abraço e uma nova semana de paz e sossego.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Simples assim

A vida é simples, siga cada passo e você vai viver bem; brinque quando for criança. respeite os mas velhos ,obedeça seus pais, estude , seja esforçado, pratique esportes, depois saia e encontre alguém legal, namore namore, namore, apaixone-se, trabalhe, trabalhe, sempre respeitando os outros. Trabalhe mas um pouco case-se, forme uma familha, tenha filhos, ensineos o que você aprendeu. Trabalhe mais um pouco, aprenda a se acustumar com as coisas ao seu redor e com as mudanças que ocorrem na sua jornada de vida. Envelheça de corpo não de espírito, tenha netos ajude seu filhos a ensiná-los o que vc ensinou-lhes, paparique seus netos sem estragá-los para o futuro. Aprenda a suportar a dor de perder aguém, seja forte e no final de tudo deixe sua lembrança forte na memória daqueles que você amou pois afinal você viveu a vida e fez valer a pena .

Li isso no perfil de um amigo de orkut. Simples assim é a vida.  Claro que não se leva aqui em conta que quando o outro não vê com muita simplicidade a vida, torna-se difícil a convivência e é preciso saber em que momento o "correto" é deixar de lado e esperar que seu momento de perceber suas falhas chegue. E se não chegar, não se culpe. Cada um é cada um.

Grande beijo e um fim de semana divertido e de paz e bem.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Estou criando filhos, já plantei uma árvore, posso escrever um livro?

As palavras sempre foram minhas amigas. Era com elas que me defendia, me escondia, me gabava, batia, magoava (quase sempre intencionalmente), elas sempre foram minhas aliadas pois nunca fui muito boa com a força física. Em duas ocasiões apenas  lembro de ter tentado bater sem ser com as palavras, numa me apaixonei pelo agressor agredido (era bem menina), noutra passei a ser a melhor amiga da menina agredida e agressora e essa "briga" foi num tempo em que professores não temiam ser agredidos nem com palavras nem fisicamente e a minha tomou a decisão de nos por de costas uma para a outra e bater nossas nucas para que aprendêssemos a não "maltratar a coleguinha". Aprendemos, não ficamos traumatizadas, não levamos nossas mães à escola para "baixar o barraco". Não sei dessa minha amiguinha, mas isso não me impediu em nada de continuar a estudar, aprender, querer ser, sonhar em ser, fazer acontecer. Nessa época, atitudes serviam para educar, doutrinar, ensinar a ser, não havia estudiosos traumatizados querendo "inventar"  que ações assim, humilhavam e constrangiam. Hoje isso acontece, mas por que muitos pais e mães não se prepararam emocionalmente para a função e quiseram inovar sem avaliar quais poderiam ser os resultados e assim a coisa ficou como muitos já sabem: Os reprimidos liberaram demais e a situação saiu do controle é  preciso um olhar para  trás e recomeço.
Minhas dificuldades tiveram outras raizes e "atuaram" em pontos diferentes.
Sendo as palavras minhas armas, a novidade é que fui convidada para escrever um romance. Sempre pensei nisso, mas nunca acreditei ser possível porque ficava pensando como uma pessoa consegue dar vida à paginas e mais páginas em branco, torná-las confidentes, fazê-las gritar aos leitores uma história que do lado de fora foi vivida dia a dia, foi sofrida, mas com o passar das páginas foi resolvida e depois da solução a vida seguiu. E fica sempre a pergunta: para onde foram as personagens, que outras histórias estão vivendo? Será que me viciarei e a partir deste se consigo fazer não pararei mais pois histórias estão sempre acontecendo. Aliás, já imaginei o livro que conta a história  de como uma foto única criou uma nova história, mas isso é realmente uma outra história.

Grande abraço, uma semana maravilhosa e um respeitoso feriado.

sábado, 23 de outubro de 2010

Quando as ideias são muitas.

Tenho muito o que falar, mas faltam palavras poucas para dizer muito sem ocupar todo o espaço. Tenho históras vividas, tenho histórias que inventaria tendo a realidade de fundo, tenho personagens reais e assim, tudo fica vazio, tudo fica sem nexo pois o medo de errar na mão me paralisa. Crio melhor em pensamentos, acho que deveria ter um mini gravador e meu blog passaria a ser de vídeos onde meus textos seriam ouvidos. Tosco? Talvez, mas com certeza a produção seria de alto nível. Enquanto isso não vira realidade...

Os seres humanos se acostumam às suas dores tanto que nem percebem que são elas que os impedem de ser felizes verdadeiramente. Eles nem percebem que criam fugas e se não são as mais conhecidas fingem acreditar que são "normais" temem serem considerados fracos se admitirem que suas vidas não são as que gostariam de viver.
Sou uma estranha no ninho. Desperto sentimentos ruins quando procuro aceitar serenamente o que não posso modificar, quando sou compreensiva com as dificuldades do outro por ser capaz de perceber as minhas. A diferença é que faço isso por que quero viver bem com os que escolhi para fazer parte da minha vida e se isso não é possível, não sofro se eles se vão. Não é que não os amo, apenas acredito que uma vida já tem situações diversas em que somos "obrigados" a engolir sapos para sobreviver na lagoa, então, nas relações mais íntimas é preciso paz. Aliás, especialistas dizem que se conseguirmos esta paz, acabaremos levando-a a outros lugares. Filosofia à parte, acredito que vale mesmo a pena buscar uma vida emocional equilibrada.
Tenho uma frase em que digo que a grama do vizinho não é mais verde, nós é que não gostamos da nossa. Passei a usá-la quando depois de um longo período de dor e sofrimento, percebi que não era estar casada que me deixava infeliz pois muitas mulheres casadas não são. E assim, passei a cuidar de descobrir o que não queria enquanto não vinha o que queria e assim fui percebendo que valorizo mais bons amigos, bons livros, boas músicas, boas conversas, boas viagens a estar infeliz numa relação.
Disseram que esses valores na verdade só existem por que perdi o sonho de que serei amada, pode ser, mas é verdade que aprendi a viver sem isso e já não tenho mais a necessidade de anos atrás de me sentir amando, me sentir apaixonada. Consolo-me por não ter transferido isso para nada que não seja da vida "normal", ou seja, hoje gosto de muita coisa mas nada tanto assim. Isso é ruim? Não sei, mas não me faz mal.
Como diz a mãe de uma amiga, "a idade tem que trazer algo de bom". Não sofrer por pouco, é um ganho.

Grande abraço, um ótimo domingo e uma semana de grandes realizações e  bons momentos.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

O que nos faz mal é esperar demais das pessoas.

Tenho andado meio intolerante e por que não dizer chata. O engraçado é que quando nos sentimos assim, acabamos piorando a situação por nos mantermos na situação em vez de buscarmos diversão, prazer. Parece que queremos nos punir como se fôssemos culpados. Normalmente não sou assim, mas tenho me paralizado pois invento desculpas para não mudar a direção.
Relendo um texto que tem muito a ver com quem sou e como sou, vi que preciso parar, sacudir a poeira e assim como a água, desviar dos obstáculos e seguir meu caminho em busca da minha serenidade que não devo e nem quero perder pois é somente ela quem me permite viver nesse mundo de hipocrisia, egoísmo e falta de bom senso.

Eis o texto

Acho a maior graça. Tomate previne isso,cebola previne aquilo, chocolate faz bem, chocolate faz mal, um cálice diário de vinho não tem problema, qualquer gole de álcool é nocivo, tome água em abundância, mas não exagere...

Diante desta profusão de descobertas, acho mais seguro não mudar de hábitos.

Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde.

Prazer faz muito bem.
Dormir me deixa 0 km.
Ler um bom livro faz-me sentir novo em folha.
Viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas depois rejuvenesço uns cinco anos.
Viagens aéreas não me incham as pernas; incham-me o cérebro, volto cheio de idéias.
Brigar me provoca arritmia cardíaca.
Ver pessoas tendo acessos de estupidez me
embrulha o estômago.
Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano.
E telejornais... os médicos deveriam proibir - como doem!
Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo,
faz muito bem! Você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada.
Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde!
E passar o resto do dia sem coragem para pedir
desculpas, pior ainda!
Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer, não há tomate ou mussarela que previna.
Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau!
Cinema é melhor pra saúde do que pipoca!
Conversa é melhor do que piada.
Exercício é melhor do que cirurgia.
Humor é melhor do que rancor.
Amigos são melhores do que gente influente.
Economia é melhor do que dívida.
Pergunta é melhor do que dúvida.
Sonhar é melhor do que nada!
Martha Medeiros

Grande abraço e uma semana de muita paz e serenidade para todos nós. Que todos tenham tido um FELIZ DIA DAS CRIANÇAS, afinal, ainda é preciso deixar que nossa criança interior dite nossa vida porque ser criança é ser feliz sem entender por que a vida é dura.

sábado, 2 de outubro de 2010

Como começam as paixões.

Quando criança toda minha família (pai e tios) eram tricolores. Não lembro das mulheres assitirem a futebol ou pelo menos gostarem, quererem entender. Acho que isso é novo. Talvez a minha geração cansou de ser deixada de lado por causa do futebol e passou a curtir com seus homens. Mas como  diz um amigo, tem coisas que só acontecem comigo e assim, nunca tive um namorado ou marido que gostasse muito de futebol, então, acabei em mais uma categoria fazendo  sozinha. rsrs A gente começa para ter proximidade com o pai.   Essa história é para na verdade contar como me tornei torcedora do Botafogo. No meu primeiro emprego me apaixonei pelo chefe da contabilidade. Era um rapaz novo mas muito responsável e ele era botafoguense, tempos depois tive um grande amigo que era apaixonado por mim ( não sei se só como amiga)  e ele também era botafoguense, mesmo sendo tricolor, torcia pelo Bota quando ele não jogava contra o Fluminense  pois não queria "trair" meu pai, irmão e tios, mais tarde  conheci um outro botafoguense  e minha torcida aumentou, depois conheci outro botafoguense especial e durante muito tempo ficava sem assumir que já estava apaixonada pelo Botafogo porque só  ele ficou quando todos foram embora e aí um dia assumi que sou Botafogo e hoje torço não por que quero ver meus amigos e ex-amores felizes e contentes, torço porque quero que o time vença, seja campeão, jogue bem e me de prazer em torcer e como diz um outro amigo, me divertir.
Hoje entendo o que outro dia li sobre os torcedores. Principalmente os que só podem ser vitoriosos ou campeões através da vitória de seus times.
Estou meio como o Bota nos últimos três jogos, empatada. Não ganho nem perco.

Bjs, bom domingo. Pense bem em quem vc vai colocoar no congresso.

Amigos, não costumo postar com em tão curto espaço de tempo, mas precisava falar sobre isso pois ficou quase como uma necessidade.

Ainda não tinha lido, mas assisti ao vídeo e minha filha que é tricolor disse que só o Fluminense tem um autor exclusivo já que o Artur da Távola escreveu para outros times. Fazer o que né?

http://www.youtube.com/watch?v=npkPsI262Ec&feature=related

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Sem motivação e sem inspiração.

Amigos, nada que começo aqui consigo chegar ao fim. Vou escrevendo e o assunto vai se perdendo no meio do caminho e volto a tela em branco e repito isso umas três vezes. Então, achei que o momento é mesmo de silêncio e reclusão. Não que não tenho nada a dizer, apenas não sei o que no momento seria mais importante dizer e mais que isso, acho que queria mesmo era estar falando e não escrevendo. Queria estar ouvindo tilintar de copos, gargalhadas e vozes alteradas e que a ânsia em falar misture assuntos e confunda ouvintes mas que no funto tudo se esclareça. Então, um brinde às palavras. Pensem nelas e escolham sempre as melhores de acordo com o que querem informar pois é isso o que fazem os que querem nos seduzir politica, social  e emocionalmente.
Hoje tem debate e talvez os que são induzidos a dizer o que a maioria precisa ouvir porque é mais fácil seja calado pelos que falam o que acreditamos que essa maioria precisa saber embora saibamos que isso ela não quer ouvir pois sabe que aí  precisariam se envolver, se comprometer, assumir responsabilidade e aí bate uma canseira e voltam ao estado que mais gostam que é o de eu quero é ser feliz.

Grande abraço e que seja um divertido fim de semana com dois dias de folga para as escolas que funcioanam como zona eleitoral. Só eleitoral. rs

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Ilustrando o post anterior.

O cineasta Cacá Diegues retoma a idéia do filme "Cinco Vezes Favela", documentário com cinco episódios de curta metragem, produzido pela UNE em 1961. A nova versão, “Cinco vezes favela, agora por eles mesmos” é escrita, dirigida e realizada por jovens cineastas moradores de favelas do complexo da Maré, Vidigal, Cidade de Deus, Parada de Lucas e da Lapa.
No dia 24 de abril, o projeto foi apresentado numa coletiva de imprensa, no cine Odeon BR, no Rio de Janeiro. Produzido por Luz Mágica Produções, em co-produção com Globo Filmes e Columbia do Brasil, estiveram presentes os jovens cineastas, além do supervisor do longa-metragem Cacá Diegues e a produtora do filme Renata Magalhães.
Com apoio da Central Única das Favelas - Cufa, Nós do Morro, Observatório de Favelas, AfroReggae e Cinemaneiro, o processo de produção do filme começou em janeiro de 2007, com o funcionamento de cinco oficinas de roteiro, coordenadas por Rafael Dragaud, cada uma delas instalada nas comunidades citadas. Agora, selecionados os argumentos e escritos os roteiros pelos próprios participantes das oficinas foram escolhidos, entre eles, os diretores de cada um dos cinco episódios.
Enquanto o projeto está na fase de captação de recursos, os roteiros continuam sendo trabalhados pelos argumentistas e diretores, que também estão pesquisando as melhores locações para os filmes.
História
O primeiro projeto de “Cinco vezes favela” completa 45 anos em 2007. A proposta agora é mostrar um novo olhar sobre as comunidades da periferia carioca: agora, não mais pelo prisma do observador externo, como foi feito em 1961, mas sob o ponto de vista de seus próprios jovens moradores, porta-vozes deles mesmos.
Em 1961, cinco jovens cineastas universitários de classe média realizaram um filme produzido pela União Nacional dos Estudantes (UNE) chamado “Cinco Vezes Favela”, que reuniu cinco episódios. Naquele momento, essa experiência era rara, pois ninguém voltava as câmeras para a favela. Hoje a realidade social e econômica não mudou substancialmente. No entanto, filma-se cada vez mais nas comunidades de periferia. Cursos de roteiro, oficinas de vídeo e de cinema, e a conseqüente produção de filmes e vídeos realizados na periferia pelos próprios moradores, estão sem dúvida alguma semeando a próxima grande novidade do cinema brasileiro.

Títulos, argumento e direção:
Acende a luz – argumento e direção de Luciana Bezerra. Na véspera do Natal, o morro está sem luz e os técnicos chamados não conseguem resolver o problema; até que um dos técnicos se torna refém da comunidade que não quer passar o Natal às escuras.
Arroz com Feijão – argumento de Zezé da Silva. Direção de Rodrigo Felha e Cacau Amaral. Wesley tem 12 anos de idade e sonha dar ao pai, que só come diariamente arroz com feijão, um presente de aniversário inusitado: uma refeição de frango.
Concerto para violino – argumento de Rodrigo Cardozo da Silva. Direção de Luciano Vidigal. Jota, Pedro e Márcia cresceram juntos, numa mesma comunidade. Quando crianças, eles fizeram um juramento de amizade que, agora adultos com diferentes destinos, não têm mais como cumprir.
Deixa voar – argumento e direção de Cadu Barcellos. A pipa de Flávio, de 17 anos, cai na favela de uma facção do tráfico rival à da sua comunidade. Obrigado a ir recupera-la, ele descobre que as duas comunidades não são em nada diferentes uma da outra.
Fonte de renda – argumento de Vilson Almeida de Oliveira. Direção de Manaíra Carneiro e Wavá Novais. Maicon realiza seu sonho de passar no vestibular de Direito, mas agora precisa arranjar dinheiro para pagar seus estudos, livros e cadernos. 
A situação na favela só não mudou como em muitos aspectos até piorou. Claro que em algumas houve melhoras de infraestrutura mas o interesse político se sobrepõe ao social.
O episódio Arroz com feijão talvez tenha sido o único em que houve uma preocupação com a ética e não usou a pobreza para justificar atitudes ilícitas. No Deixa voar um adulto desocupado promove uma disputa com adolescentes fornecendo a pipa e obriga o que perdeu sua pipa com xingamentos a ir buscá-la em uma comunidade rival e ao contrário do que é dito, no filme ele é "salvo" por um bandido ou dito como tal, do contrário ele teria sido morto. Depois ele vai procurar uma colega e já saem abraçados como se realmente não houvesse  perigo nenhum. Minha leitura é a máxima de quem tem "padrinho' não morre pagão. O Fonte de renda quer dizer que a única fonte de renda para quem mora em comunidade é o tráfico já que os ditos filhinhos de papai querem facilidade até para seus vícios. Mas será que somente assim?
Sei que minha realidade é e foi outra, mas acho que eles têm sim muitas oportunidades e os que querem e se empenham rompem com esses paradigmas. Filmes como esse é que colaboram para que a história se repita.

Grande abraço e uma semana nova com novidades.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Mediocridade, hipocrisia e demagogia, ingredientes que juntos resultam em?

Fiz hoje esta pergunta a mim mesma durante quase todo o dia e dei muitas respostas. O que me fez precisar fazê-la? Indignação. O que me deixou tão indignada? Perceber que as pessoas brincam de consciência política, brincam de superação, brincam com a ignorância alheia.
Participei do projeto CINEMA PARA TODOS em que são disponibilizados ingressos gratuitos para alunos de escola pública para assistirem a filmes nacionais. Antes da exibição do filme disseram que devíamos ficar após o término do mesmo pois alguns diretores estariam presentes para responderem à perguntas. Ora, sabemos que muitos alunos não estão preparados para isso e o resultado são perguntas toscas mas o surprendente é que as respostas foram vazias. Na verdade o objetivo era autopromoção, já que os ditos diretores quiseram dizer que morador de comunidade pode vir a ser cineastas, diretores de cinema isso por que ele participou de uma oficina de cinema e ajudou na produção de cinema. Então, saber ler, escrever, ter compromisso com os estudos, valorizar o saber, ter domínio da língua culta informal que seja não são fatores importante na formação de um cineasta. Será que é por isso que no filme 5 vezes favela a linguagem  reproduzida no filme é a usada pelo morador da comunidade onde o palavrão e as gírias de bandido são valorizadas de tal forma que o aluno pense que não precisa mudar.
Um dos diretores querendo explicar uma cena em que meninos de escolas particulares roubaram os dois da comunidade, disse que para emprensa, ele toma muito cuidado com o que diz, mas ali ele poderia dizer que aquilo aconteceu mesmo, ou seja, em algum momento de sua vida foi assaltado por playboys com pé de pato só que para falar disso usou um palavrão. No filme mostra que querendo estudar e não podendo custear a compra de livros, vale traficar para os filhinhos de papai, que um adulto desocupado pode promover disputa entre soltadores de pipa e obrigar um deles a ir a uma comunidade inimiga para buscar a pipa e sem se preocupar com o que pudesse acontecer. O que foi, foi "salvo" por um que se impôs aos outros desocupados soltadores de pipa alegando que ele traria outras três pipas.
Os diretores disseram que com o filme querem mostrar que nas comunidades não só existem pessoas tristes, melancólicas, que lá também tem gente feliz. Tudo bem que o conceito de felicidade é subjetivo, mas será que o fato de serem felizes não precisam querer ter uma formação acadêmica, uma profissão, moradia digna? Até quando educação no Brasil vai significar ganhar passagem grátis nos ônibus, uniforme, merenda, livros, salas climatizadas e nenhum compromisso com o conhecimento, com a mudança de postura diante da vida? Até quando vão continuar ganhando dinheiro com a ingorância e com a mediocridade? até quando eu vou me indignar com isso?
Só sei que é muito projeto empenhado em manter o povo como está.

Amigos, a casa é nova não por opção, mas por problemas no blogspot que sei lá por que tem dado problemas na hora de atualizar as postagens do blog antigo. Tomara continemos juntos nesta nova empreitada. Grande beijo e um maravilhoso fim de semana.